A ARTE DA VIDA
Eles passeavam no parque, de mãos dadas. Aproveitavam cada segundo como se fosse o único: e era. Observavam as flores, diversas e coloridas, que se assomavam perto dos bancos das ciclovias. Eram jovens e despreocupados, com um grande nível de maturidade. Assemelhavam-se a artistas: enxergavam a beleza em tudo, encarando tudo apenas como perspectiva – se não se pode mudar algo do que não se gosta, mude sua forma de vê-lo. E assim levavam a vida.
Aquele passeio, entretanto, era especial. Nada de mais comparado aos demais, contudo infinitamente diferente. Não houve um só passeio que houvesse sido igual: as flores e as árvores mudavam de cor a cada estação, ganhavam novas formas; os rostos pelos quais passavam não eram os mesmos – ora preocupados, ora alegres; e eles próprios, com certeza, haviam mudado. Nem sempre era algo perceptível, uma mudança interior exigia mais esforço, porém mais discrição.
Enquanto caminhavam, conversavam baixinho. Sussurravam ao vento palavras alegres, tristes, tão distintas como a própria arte. O que lhes viesse a mente, educadamente, artisticamente. Nem um só detalhe lhes escapava, fora-lhes revelado um dos mais belos segredos da vida: um só momento que passa jamais retornará e nenhum outro lhe substituirá. As pessoas, os sentimentos, os segundos e a vida são únicos. É preciso aproveitá-los, dá-los intensidade e tratá-los seriamente, porém com leveza. As crianças costumam saber disso mais que os adultos, e por vezes elas assumem-lhes o papel de grandes mestres.
Muitos segredos precisam ser guardados, mas aquele era um segredo diferente: era preciso ser descoberto. Nem guardado, nem espalhado: discretamente revelado. As pessoas precisavam descobri-los por si só e aquelas que sabiam encarregavam-se de vivê-lo e dá-lo em pedaços, para que um dia outras juntassem as partes.
Ainda no parque, em uma pequena ponte, um casal de velhinhos observava tristemente os pombos voarem. Queriam ser livres, leves como um balão. Queriam descobrir o segredo, que em uma infinidade de anos ninguém os havia revelado, nem tentado revelar. Quem sabe? Talvez ninguém soubesse, ainda.
O casal de jovens passou e sorriu. Simples. E isso bastou.
Foi como o último pedaço do segredo, e juntos os velhinhos voaram, tão leves quanto o desejado, enquanto os jovens seguiram, vivendo e sentindo com toda a intensidade que puderam reunir. Amavam-se e desejavam passar a vida juntos, e era isso que se percebia ao lançar apenas um olhar para os dois: seus olhos brilhavam, e quando se encontravam o amor largava todos os disfarces – estava sempre ali dentro, em um olhar, nas mãos dadas, nas palavras que sussurravam. E isso era a chamada a Grande Arte, a Grande Arte da Vida: o Amor.
Eles passeavam no parque, de mãos dadas. Aproveitavam cada segundo como se fosse o único: e era. Observavam as flores, diversas e coloridas, que se assomavam perto dos bancos das ciclovias. Eram jovens e despreocupados, com um grande nível de maturidade. Assemelhavam-se a artistas: enxergavam a beleza em tudo, encarando tudo apenas como perspectiva – se não se pode mudar algo do que não se gosta, mude sua forma de vê-lo. E assim levavam a vida.
Aquele passeio, entretanto, era especial. Nada de mais comparado aos demais, contudo infinitamente diferente. Não houve um só passeio que houvesse sido igual: as flores e as árvores mudavam de cor a cada estação, ganhavam novas formas; os rostos pelos quais passavam não eram os mesmos – ora preocupados, ora alegres; e eles próprios, com certeza, haviam mudado. Nem sempre era algo perceptível, uma mudança interior exigia mais esforço, porém mais discrição.
Enquanto caminhavam, conversavam baixinho. Sussurravam ao vento palavras alegres, tristes, tão distintas como a própria arte. O que lhes viesse a mente, educadamente, artisticamente. Nem um só detalhe lhes escapava, fora-lhes revelado um dos mais belos segredos da vida: um só momento que passa jamais retornará e nenhum outro lhe substituirá. As pessoas, os sentimentos, os segundos e a vida são únicos. É preciso aproveitá-los, dá-los intensidade e tratá-los seriamente, porém com leveza. As crianças costumam saber disso mais que os adultos, e por vezes elas assumem-lhes o papel de grandes mestres.
Muitos segredos precisam ser guardados, mas aquele era um segredo diferente: era preciso ser descoberto. Nem guardado, nem espalhado: discretamente revelado. As pessoas precisavam descobri-los por si só e aquelas que sabiam encarregavam-se de vivê-lo e dá-lo em pedaços, para que um dia outras juntassem as partes.
Ainda no parque, em uma pequena ponte, um casal de velhinhos observava tristemente os pombos voarem. Queriam ser livres, leves como um balão. Queriam descobrir o segredo, que em uma infinidade de anos ninguém os havia revelado, nem tentado revelar. Quem sabe? Talvez ninguém soubesse, ainda.
O casal de jovens passou e sorriu. Simples. E isso bastou.
Foi como o último pedaço do segredo, e juntos os velhinhos voaram, tão leves quanto o desejado, enquanto os jovens seguiram, vivendo e sentindo com toda a intensidade que puderam reunir. Amavam-se e desejavam passar a vida juntos, e era isso que se percebia ao lançar apenas um olhar para os dois: seus olhos brilhavam, e quando se encontravam o amor largava todos os disfarces – estava sempre ali dentro, em um olhar, nas mãos dadas, nas palavras que sussurravam. E isso era a chamada a Grande Arte, a Grande Arte da Vida: o Amor.
Por: Sophia T. Wright
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